Introdução a Cannabis Medicinal
Introdução a Cannabis Medicinal.
Os humanos têm uma longa história de interações com a maconha. A planta teve relevância significativa em civilizações antigas, como na medicina chinesa, egípcia e indiana.
Nas últimas décadas, a cannabis enfrentou proibições, mas avanços científicos destacaram seu potencial terapêutico. Pesquisadores em todo o mundo têm conduzido estudos contribuindo para uma mudança de perspectiva e reformulações de políticas em diversos países. No Brasil, movimentos visam legalizar e regular o acesso a produtos à base de Cannabis para tratamentos específicos, tais como Epilepsia, Alzheimer, dor crônica, Autismo e outras.
Na década de 60, a pesquisa sobre a cannabis medicinal recebeu grande atenção, resultando na descoberta do delta-9- tetrahidrocanabinol (THC), o principal composto psicoativo. O bioquímico israelense Raphael Mechoulam, pioneiro na pesquisa canabinoide, isolou o THC em 1964, abrindo portas para estudos mais aprofundados sobre seus efeitos terapêuticos. Na década de 1980, durante mudanças sociais e avanços tecnológicos, ocorreu o isolamento tanto do THC quanto do canabidiol (CBD), que apesar de terem a mesma base química, são canabinoides que apresentam efeitos distintos com potencial terapêutico em diversas condições médicas.
De lá pra cá a medicina cannabica vem colecionando avanços e descobertas, através desse manual sintetizamos um pouco daquilo que já se sabe sobre a sua prescrição.
Benefícios dos Canabinoides
O THC, principal composto psicoativo da cannabis, é metabolizado no fígado por enzimas do sistema citocromo P450.
Essas enzimas também processam diversos medicamentos, aumentando o potencial de interações quando administrados em conjunto. O compartilhamento desse sistema enzimático pode alterar os níveis sanguíneos das substâncias, impactando sua eficácia terapêutica e aumentando o risco de efeitos colaterais.
Portanto, é essencial considerar e monitorar cuidadosamente a administração simultânea de THC e outros medicamentos metabolizados no fígado, garantindo a segurança e eficácia do tratamento.
Vias de Administração
Uso tópico: grande biodisponibilidade, efeitos diretos e localizados, que se iniciam entre 5 a 20min. após o uso e se estendem por até 4 horas. Indicação: psoríase, dor nas articulações, eczema, acne, etc.
Gomas/comestíveis: maior tempo de duração no organismo, permite uma maior sinergia dos canabinoides, os efeitos começam entre 30 a 60min. após o uso e se estendem por até 6 horas. Indicação: Insônia, dores.
Inalação: é a maneira mais rápida de absorção, isso significa que seus efeitos serão de curto prazo. Os efeitos começam dentro de 3 a 5min. e duram até 2 horas. Indicação: dores, crises de pânico, ansiedade.
Sublingual: absorção rápida e efeito prolongado, é a maneira mais tradicional dos tratamentos com canabinoides. Os efeitos começam dentro de 5 a 15min. e duram até 8 horas. Indicação: dores crônicas ou crises de epilepsia.